Nos últimos anos, a economia vem mudando em um ritmo acelerado. Em 2020, as mudanças trazidas pela pandemia do COVID-19 afetaram o comportamento do consumidor digital e a dinâmica do varejo. Lojistas e clientes tiveram que se adaptar rapidamente.
Seguindo as novas tendências, o perfil e os hábitos de consumo tanto no varejo quanto no e-commerce estão em constante transformação. Com o movimento de inovação digital e o surgimento de novas tecnologias, a percepção de valor agregado no produto ou serviço foi um dos fatores que mais mudou.
Esses impactos estão servindo de impulso para os novos cenários econômicos e, com isso, muitas lojas e e-commerces deverão passar por grandes alterações. Pensando nisso, preparamos uma lista com as 10 tendências tecnológicas que impactarão o varejo até o final de 2022. Confira!
1 – Mudança do comportamento do cliente
Devido à pandemia, grande parte dos consumidores vêm mudando seu comportamento de compra. Isso afetou não somente o comércio de produtos eletrônicos, mas também diversos setores do varejo como mercados e farmácias.
De acordo com pesquisa da MOB INC realizada em junho de 2021, 97% do público entrevistado realizou compras online durante o ano de 2020. Desse total, mais de 30% aumentaram suas aquisições utilizando meios digitais em mais de 40% em relação ao ano anterior.
Já segundo pesquisa do E-commerce Brasil, no primeiro trimestre de 2021 foram realizadas mais de 75 milhões de compras pela internet somente no Brasil. Isso se traduz em um aumento de 57,4% em relação ao mesmo período de 2020.
Os dados revelam que o consumidor digital vem aderindo às compras online, incorporando este novo hábito na sua rotina inclusive para aquisição de produtos alimentícios.
Neste cenário, caso sua empresa ainda não esteja no mundo digital, é fundamental que você descubra como vender online seu produto.
2 – Experiências diferenciadas de compra
Para que os seus clientes continuem frequentando sua loja física, é importante que você crie atrativos para conquistar novos e atuais consumidores. E a tecnologia pode ser a sua aliada neste processo.
Você pode investir em sistemas de autoatendimento, no qual o cliente realiza seus pedidos e o próprio pagamento utilizando tablets ou smartphones. Segundo pesquisa realizada pela Accenture, 47% dos consumidores estão dispostos a pagar mais por uma experiência de compra diferenciada.
Outra opção bastante utilizada na venda de imóveis na planta é a realidade virtual. Esta tecnologia permite que o cliente visualize o empreendimento em tamanho real, incluindo as possibilidades de móveis e decorações.
Ainda, você pode utilizar ofertas específicas ou até experiências diferenciadas para tornar sua loja mais atrativa.
3 – Uso de marcas próprias
O aumento das marcas próprias não é algo recente, porém vem se intensificando e elevando muito a procura por itens de conveniência. Como mostra a ABRAS (Associação Brasileira de Supermercados), no final de 2020 o público comprador de marcas próprias aumentou em 2,2 milhões. Além do custo-benefício ser mais atrativo, a qualidade vem competindo de forma igualitária com as grandes marcas.
O uso de marcas próprias beneficia tanto a própria marca como também o consumidor digital. Afinal, os preços acabam sendo mais competitivos, e a empresa consegue melhorar seus resultados.
4 – Informações mais aprofundadas
Há anos o varejo vem fazendo uso de coleta de dados de seus consumidores, principalmente nos meios eletrônicos. Com a transformação digital, essa necessidade se intensificou. Esse é o melhor caminho não só para melhorar o relacionamento, mas também para gerar ofertas personalizadas.
Entretanto, as empresas precisam ter um controle ainda maior sobre os dados coletados, visto que a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) já está em vigor. Diante disso, o uso de ferramentas com inteligência artificial (IA) vem crescendo de maneira acelerada.
Segundo relatório da Juniper Research, são esperados investimentos em IA na casa de US$ 7 bilhões até 2022. Este aporte será utilizado, em sua maioria, no varejo e comércio online.
Diante da necessidade de compliance com a LGPD, a IA deve contribuir muito para a interpretação e criação de dados e informações mais elaboradas sem ter a identificação das pessoas, por exemplo. Ou seja, é possível garantir inteligência de negócio a partir do uso de dados adquiridos de forma clara, assertiva, segura e transparente.
Dessa forma, o varejo se aprofunda mais no que o consumidor digital realmente deseja e espera receber, de maneira mais rápida e ágil.
5 – Pesquisas por voz e assistentes pessoais
Com a evolução e aprimoramento das IAs, é natural observar o uso dos recursos de pesquisa por voz e assistente pessoal. Um estudo da Kantar, realizado em parceria com o Google, mostra que mais de 37% dos brasileiros utilizam o assistente de voz pelo menos 3 vezes por semana.
Durante o ano de 2020, o uso dessas ferramentas para pedidos delivery ficou muito evidente. Entre os pedidos mais comuns encontram-se alimentação ou outras compras online em e-commerces de diversos tamanhos e segmentos.
O aumento no uso é impulsionado pela facilidade e agilidade que a pesquisa por voz proporciona. Portanto, desenvolver integrações com assistentes pessoais irá tornar a rotina dos seus clientes muito mais ágil.
Além de ser um auxílio para aumentar as vendas, os assistentes por voz já estão presentes no Brasil em algumas lojas para realizar atendimento ao cliente. Isso torna muito mais fácil a comunicação dos consumidores com os próprios estabelecimentos.
6 – Instashopping
Estar presente nas redes sociais é cada vez mais importante. Os clientes estão cada vez mais conectados e utilizando as ferramentas digitais não só para lazer, mas também como fonte de busca, inspiração e, agora, compras.
De acordo com a Resultados Digitais, o Facebook é a rede social mais utilizada no Brasil e tem 130 milhões de usuários, seguida pelo Youtube, WhatsApp e o Instagram, com 110 milhões.
Graças ao grande volume de usuários, os gigantes das redes sociais já estão aprimorando meios para receber pagamentos diretamente em seus apps, viabilizando um novo tipo de comércio.
7 – Unified commerce e o omnichannel
Com a mudança de comportamento dos consumidores, muitas vezes, eles buscam por informações e preços no meio digital e acabam fechando negócio na loja física. Dessa forma, diferenças de valores não têm sido bem aceitas.
Por isso, lojas de varejo investem cada vez mais para se tornarem omnichannel, ou seja, atuam em todos os canais com preços unificados e possibilidade de iniciar a compra no digital e retirar o produto adquirido na loja física.
Entretanto, um novo conceito vem se formando: o Unified commerce é uma evolução do omnichannel, que permite controlar todos os canais de venda e atendimento com uma única plataforma. Com ele, além de comprar online e retirar localmente um produto, os clientes possuem um atendimento sobre um pedido tanto local quanto online, sem diferenças ou interrupções.
8 – A “economia da experiência”
Está cada vez mais em alta “ser” do que “ter”. Com isso, diversas lojas vêm desenvolvendo experiências únicas, que aumentam o valor percebido do seu produto ou serviço.
De acordo com Eventbrite, 78% dos millennials escolhem gastar seu dinheiro com uma experiência que desejam em vez de comprar algum bem. Além disso, 55% dos entrevistados desta geração dizem que estão gastando mais com vivências do que com produtos físicos.
Uma forma de driblar esta nova realidade, é por meio do uso de promoções personalizadas, de acordo com o perfil de interesse de cada consumidor. Muitos varejistas já estão implantando esse tipo de sistema, melhorando vendas e encantando seus clientes, tanto online como off-line.
Neste sentido, utilizar a “marca como uma cultura” vem sendo cada vez mais comum. Um exemplo são lojas online de roupas que possuem provadores físicos espalhados pelo país, permitindo que o consumidor experimente a roupa antes da compra. Isso reduz a quantidade de trocas e devoluções e aumenta a satisfação do cliente.
9 – Sustentabilidade como viés de venda
Sustentabilidade não é mais algo opcional para as marcas. Os consumidores estão atentos e buscando fazer negócios com empresas transparentes e engajadas na causa. Tanto é verdade que, conforme pesquisa da Unilever, 21% dos entrevistados dizem preferir comprar de marcas preocupadas com a questão ambiental.
O potencial deste nicho é extremamente alto, visto que muitas pessoas acabam pagando mais caro por produtos que possuem selos de sustentabilidade ou orgânicos.
Portanto, os empreendimentos que estão atentos a esta tendência possuem uma maior chance de se destacar em meio a concorrência. Estas informações podem ser utilizadas, inclusive, com um diferencial competitivo para atrair novos consumidores preocupados com a causa.
10 – Tempo é dinheiro
A maioria dos lojistas sabe que seu maior ativo é o tempo, por isso usam diversas ferramentas que automatizam seus processos administrativos. Entretanto, os empresários estão descobrindo que os consumidores também são sensíveis ao tempo.
Isso vem se provando cada vez mais universal quando se fala em prazo de entrega. Mesmo com preços maiores, muitas pessoas preferem pagar por transporte expresso a terem que esperar mais dias pelo seu produto.
Vendo essa necessidade dos clientes em alta, os varejistas precisam se esforçar cada vez mais para realizar entregas com prazos curtos. Atualmente, algumas lojas chegam a trabalhar com prazos de até 4 horas após compra online para regiões específicas.
A demanda dos consumidores por uma entrega de produtos cada vez mais rápida, vem impulsionando não só o varejo, mas toda a cadeia logística, que deve investir para atender desde o pequeno até o grande lojista.
As mudanças trazidas pelas tendências
Muitas dessas 10 tendências já estão em plena prática por diversos empreendimentos, tornando o mercado cada vez mais competitivo. Como vender online é uma necessidade e não mais uma opção, as lojas devem estar informadas e utilizar o melhor de cada tendência em sua estratégia.
O mercado está em constante transformação, impulsionado pelo avanço da tecnologia, pela mudança de comportamento dos clientes e pelos novos hábitos de consumo.
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Por Gustavo de Andrade Silva – Alternativa Sistemas (Associado ACIB)
Gustavo é gerente de marketing na Alternativa Sistemas, empresa de ERP e soluções em Gestão Empresarial. MBA em Marketing pela USP. Doutorando e mestre em Ergonomia pela Unesp. Graduado em Ciência da Computação pela Unesp com graduação sanduíche no New York Institute of Technology e Endicott College, ambos nos Estados Unidos. Conta com experiências de trabalho em computação, design e marketing. Trabalhou em empresas no Brasil, Estados Unidos e Alemanha. Apaixonado por livros e tecnologia, busca aprimorar-se constantemente e estar atento às mudanças de mercado, visando a aplicabilidade do conhecimento adquirido.
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